Revista Sobrado
Foto: Edith Vanden Elzen/Divulgação

Peça teatral será encenada em praias de Salvador

O espetáculo de rua ‘Akonis da Península’, que reúne jovens artistas negros da Cidade Baixa e do Subúrbio, estreia hoje, dia 25, na Praia da Penha, na Ribeira. Com as apresentações ao ar livre, sempre às 17 horas, a história dos Akonis, que reconfigura a construção de heróis e heroínas a partir de uma perspectiva negra.

A peça teatral também será encenada amanhã (26/11), na Praia do Alvejado, em Plataforma; e no domingo (27/11), no Monte Serrat, na Ponta de Humaitá. Em dezembro, o projeto teatral desembarca na Praça Cairu, no Comércio (03/12); e no Solar do Unhão, na Avenida Contorno (04/12). A entrada é franca.

O espetáculo narra a trajetória de um grupo de jovens negros que se descobre akonis (heróis em iorubá) e percorre os mares da península itapagipana com a finalidade de cumprir uma missão extremamente difícil. Tinham que achar um objeto raro e sagrado “o aruá de ouro”, que garante o poder de libertar o seu povo das ilusões que separam povos e reforçam as guerras sem sentido. Durante a trajetória nos mares, em cada porto os “akonis” se deparam com os desafios, conflitos e realidades de cada lugar.

O cenário tem uma embarcação, que será o elo da conexão física e dramatúrgica entre os heróis do passado e os que agora surgem nos corpos da juventude negra neste momento de transformações radicais na esfera política e social do Brasil. A musicalidade das cenas constrói as imagens que conduzem o espectador em uma viagem marítima e visual por meio dos cenários e figurinos que reforçam a cultura afrodiaspórica no Brasil.

O espetáculo, que tem a direção assinada pelas artistas brasileiras Bárbara Luci Carvalho, Márcia Limma e o diretor do Antagon, o alemão Bernhard Bub, integra o projeto teatral Escuna Criativa, idealizado e desenvolvido pelo grupo teatral alemão Antagon, em Salvador.

Inspirado nas histórias da Península Itapagipana, o projeto resulta no espetáculo Akonis da Península, que reúne, em uma criação colaborativa, jovens artistas negros da região da Cidade Baixa e Subúrbio. A história foi construída dentro de uma narrativa afrocentrada, na qual o público é convidado a interagir com as histórias da região.

A criação dramatúrgica do espetáculo tem como bases as pesquisas de Silvana Carvalho, doutora em Literaturas Africanas e negro-brasileira.