Revista Sobrado
Foto: Lazaro Menezes/Divulgação

Palacete das Artes festeja 15 anos com programação especial

Há 15 anos, os baianos ganhavam mais um equipamento cultural com a missão de difundir a cultura e as artes, com ética, responsabilidade e dinamismo, por meio de ações de preservação, pesquisa, educação, exposição e democratização do acesso aos seus produtos, assim como construir diálogos com as demandas da comunidade, com o objetivo principal de compartilhar conhecimentos e experiências a uma diversidade de públicos: o Palacete das Artes.

Vinculado ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac-BA), ligado à Secretaria de Cultura do Estado (Seculta-BA), o palácio-museu está localizado à Rua da Graça, 284, no bairro da Graça e, ao longo de sua trajetória, vem realizando grandes exposições de artistas baianos, nacionais e internacionais, dentre: Iberê Camargo, Eckenberger, Jenner Augusto, Alexandre Robatto, Walter Firmo, Franz Krajcberg, Sante Scaldaferri, Luiz Gonzaga, Modigliani, Maria Adair, Eliana Kertész, Thales de Azevedo Filho.

O equipamento cultural também sediou projetos que contribuíram para incentivar as diversas maneiras de experienciar e ocupar o museu, como “Amanhecer com Yoga”, “Cinema no Museu”, “Feira de Livros e Impressos”, “Domingos Musicais”, “Troca de Livros e ”rinquedos”, apresentações de teatro e dança, oficinas de arte e cerâmica, atingindo um público de quase 2 milhões de visitantes.

O Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino, também chamado de “Villa Catharino” possui cinco espaços expositivos: Sala Contemporânea Mario Cravo Jr. Primeiro e Segundo pavimento do Casarão, Sala Mario Cravo e Galeria Mansarda. Nos jardins, estão quatro esculturas do escultor Auguste Rodin, além das esculturas de Mario Cravo e Bel Borba e uma loja de cerâmica com peças produzidas por artesãos e alunos das oficinas promovidas pelo espaço museal.  

Espaço de fruição das artes
Para comemorar seus 15 anos de história, o Palacete das Artes oferece ao público uma programação especial, que conta com o retorno do projeto cinema, exposições, apresentações teatrais, encontros literários e um show do cantor e compositor Roberto Mendes.

Um jingle especial também está lançado, trazendo como proposta uma reflexão do museu enquanto lugar de diálogo, de experiências, de pertencimento e construção. Trata-se de um convite para que as pessoas possam visitar, ocupar e ressignificar os espaços, a partir do contato com a arte e a cultura.

O diretor geral do Ipac, João Carlos Oliveira, destaca a importância de celebrar este momento, “que reforça o papel dos museus como espaços de fruição das artes, preservação e salvaguarda do patrimônio arquitetônico, cultural e artístico da Bahia”.

Para o diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, é uma satisfação ter participado da implantação até a construção do que o museu é hoje. “O Palacete, atualmente, é um espaço de grande relevância para a vida cultural da cidade e do estado. Um museu diverso e participativo. Só temos a agradecer a todo o apoio de equipes (Palacete/Ipac/Secult) que contribuíram para a realização de tantos projetos importantes que realizamos nestes 15 anos, e ao público que adotou o Palacete como o seu lugar”, defende Ribeiro.

Programação especial
A novidade da programação especial é o retorno do projeto “Cinema no Palacete”, nos meses de novembro, dezembro e janeiro do próximo ano. Com a curadoria de Raimundo Chagas, mestre em Cinema e Arquitetura, apresentará sessões gratuitas sempre às terças e quintas, às 16h30, com filmes e documentários sobre artes, artistas, clássicos e cults.

No mês da Consciência Negra, filmes abordarão questões raciais, música e nossas raízes de origem africana. No dia 15, ‘Longe do Paraíso’; dia 17, ‘Carmen Jones’; dia 22, ‘Sob a Luz do Luar’ (Moonlight); dia 24, ‘Pierre Verger, mensageiro entre dois mundos’; e dia 29, ‘Eu não sou seu negro’.

Ainda no calendário do Novembro Negro, foi aberta, na última sexta-feira (dia 4), a exposição “Ojú Okan Orixás”, que apresenta como elo central os retratos dos orixás feitos pelo fotógrafo baiano André Fernandes, que se unem às linguagens dos artistas plásticos Edmundo Reis, Sérgio Amorim e Sérgio Bordim. As fotografias documentais revelam com delicadeza e sensibilidade a estética dos adereços, vestuários, cores e acessórios presentes nos terreiros, apoiados com os elementos naturais e ferramentas que conectam o homem ao espírito ancestral dos orixás.

O público também pode aproveitar para conferir as exposições em cartaz: “Remember Me”, da fotógrafa italiana radicada na Bahia, Cristina Cenciarelli; “Triennaledi Milano: Uma História em Cartazes” e “Habitantes de Cidade”, do artista Adilson Santos; “Espaço Mario Cravo Jr” e a loja de cerâmica (localizada no térreo).

O cantor e compositor Roberto Mendes apresentará o show “Quem vem lá sou eu” no dia 27, | Foto: Divulgação

Dando sequência a agenda de eventos, um ciclo de encontros, coordenado pelo antropólogo Washington Queiroz sobre o ofício dos Vaqueiros da Bahia, teve início no último dia 5, na área externa do Palacete. Com o tema “Vaqueiros e Bahia: uma riqueza”, a proposta é promover junto ao público baiano e visitantes, a importância e a realização de ações voltadas para a difusão, promoção e reconhecimento da cultura dos Vaqueiros. A programação terá a participação especial do cantor e compositor Carlos Pitta.

No próximo sábado, dia 12, das 10h30 às 12h, acontece o projeto “Prática de movimento consciente e dança espontânea”, coordenado pela coreógrafa Daniela Augusto, com inscrições pelo Sympla. No domingo, dia 13, das 8h30 às 9h30, será a vez do projeto “Amanhecer com Yoga no Palacete”, coordenado pela professora Carla Dantas. Em nona edição no Palacete das Artes, o BaZá RoZê terá pauta nos dias 19 e 20 de novembro, das 13h às 20h. “Meditação, autoconhecimento e neurociências”, coordenado pelo neurocientista, escritor e professor doutor (Ufba), Bruno Pitanga (Instituto Bruno Pitanga), será no dia 26 (sábado), das 8h às 11h, inscrições pelo Sympla. O link estará disponível no Instagram.

No dia 26 de novembro, mais um projeto está de volta nas tardes de sábado, o “Trocando Palavras”. Sob a coordenação da jornalista Cleidiana Ramos, haverá um debate, com a participação de diversos convidados, sobre “Mídia e antirracismo: experiências e perspectivas”. Em paralelo, a tradicional troca de livros, seguida da apresentação musical da cantora Gab Ferruz.

Para encerrar as atividades do mês, na tarde do dia 27, o projeto “Domingos Musicais” será retomado em grande estilo, com o show “Quem vem lá sou eu”, do cantor e compositor Roberto Mendes. O santoamarense vai apresentar os repertórios dos seus mais recentes lançamentos: “Na base do cabula” e “Catetê”, bem como clássicos da sua carreira, composições resultantes de décadas de pesquisa e dedicação a dois gêneros musicais tradicionais da sua região: o xaréu e a chula.  “Quem vem lá sou eu” é um verso conhecido no samba chula e também uma representação da metafísica do Recôncavo Baiano: A capacidade de olhar para si desde fora, de se reconhecer e reinventar.