Revista Sobrado
Foto: Leo Costa/Divulgação

Ricardo Bacelar lança o álbum ‘Congênito’

Batizado de Congênito, título de um clássico de Luiz Melodia, o quinto álbum solo do músico, compositor, arranjador e produtor Ricardo Bacelar é um projeto de intérprete. O músico cearense está à frente dos vocais, em um repertório escolhido a dedo. “Busquei montar um mosaico de ritmos ao reunir músicas que eu gosto e que têm entre si uma unidade. Me apropriei das canções e busquei trazer releituras”, define Ricardo.

Dentre os compositores escolhidos, sete são nordestinos, como Bacelar. Os parceiros Lenine e Lula Queiroga (“O último pôr do sol”); Caetano Veloso (“A tua presença morena”); Gilberto Gil (“Estrela”); Belchior (“Paralelas”); Djavan (“Lambada de serpente” e Chico César, parceiro de Ivan Lins e Victor Martins em “Soberana Rosa”, ou “She walks this earth”, na versão para o inglês gravada em Congenito.

Canções de Chico Buarque (“Morena dos olhos d’água”), Adriana Calcanhotto (“Mentiras”), Jorge Mautner e Nelson Jacobina (“Maracatu Atômico”); Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro (“Estrela da terra”; a música título de Luiz Melodia e o clássico samba-canção “É preciso perdoar” (Carlos Coqueijo/Alcyvando Luz), completam a seleção.

O álbum já está nas plataformas de streaming e também ganha lançamento em CD. Ao todo serão lançados quatro videoclipes e um documentário com registros dos bastidores do processo de gravação.

Congênito é fruto ainda de um desafio solitário que nasceu da pandemia e da vontade de Bacelar de explorar todos os recursos do Jasmin Studio, que montou em Fortaleza. Sozinho em seu estúdio, que já é referência em publicações internacionais especializadas, o multi-instrumentista entrou em ação.

“Gravar todos os instrumentos, como eu fiz, exige doses de ousadia, técnica e muita paciência. Tive que me dedicar, pesquisar sobre a sala de gravação, os equipamentos. Cada instrumento que você coloca é como um tempero no caldeirão de sonoridades do álbum. Fui experimentando as músicas, vendo o que funcionava, e eu adoro esse trabalho de laboratório”, avalia.

O novo álbum sai pelo selo Jasmin Music. “No processo de construção do estúdio me veio a ideia do selo, para que eu possa gravar os meus discos e também trabalhos com outros músicos e artistas. O estúdio está entre os mais importantes da América Latina porque traz muita tecnologia embarcada, como o Dolby Atmos e som em 3D. A ideia é poder exercer o ofício de produtor, músico e compositor de uma forma mais intensa”, resume Bacelar.

Além do Brasil, Ricardo Bacelar está lançando Congênito no exterior, com ênfase nos mercados dos Estados Unidos e Japão.

 “Acho que o que chama atenção lá fora é essa carga de brasilidade da música que eu faço. A nossa cultura é riquíssima, traz muitos elementos da África, da Europa, e tem uma mistura com o jazz americano que trouxe a bossa nova”, finaliza.