Revista Sobrado
Fotos: Xande Fateicha

Um olhar na cena drag soteropolitana de 2017

A arte Queen é de berço norte-americano. No Brasil, os artistas performáticos que se montam também são conhecidos como transformistas. Mesmo em meio a sociedade contemporânea, onde o assunto de gênero e sexualidade é muito comentado, essa arte não tinha o seu devido espaço.

No segundo ano de faculdade (2017), tive uma disciplina chamada ‘fotojornalismo’ e, para um trabalho solicitado pelo professor, acompanhei durante dois meses um coletivo de Drags chamado Haus Of Gloom, que, hoje em dia, infelizmente, não existe mais. Na época, visitei quatro locais que elas se apresentaram – o resistente Âncora do Marújo; a Casa Preta; o Groove Bar; e o finado Burlesque Bar, que ficava na Mouraria.

O bar Âncora do Marujo funciona desde o fim da década de 1970 com shows durante a madrugada por uma questão de tradição. Antigamente, a cultura transformista era mais marginalizada do que hoje.

Em um desses shows que acompanhei, foi em uma casa de eventos na Barra, um bairro nobre de Salvador, que está localizado na franja da cidade, na orla. Em 2017, não se via espaços em bairros nobres abertos à Cultura Queen com frequência e o coletivo Haus Of Gloom foi fundamental na ocupação de novos espaços dessa arte.